Após longas negociações, cedências e acordos, a esquerda finalmente entendeu-se. Momento histórico, portanto, que toda a gente, independentemente de todas as análises políticas que se possa fazer, deve realçar pelo seu significado de expansão democrática.
Deste processo todo, a nossa democracia sai, com certeza, mais madura.
Ontem, o governo caiu com a esperada moção de rejeição. Lá fora, o povo de esquerda cantava, de lágrimas nos olhos, a Grândola, esperando que a utopia se torne real.
O PS, a ponto de salvar politicamente o seu líder, alinhou o seu programa a medidas do Bloco e o do PC, que conseguiram manter as suas convicções.
É o derradeiro desafio deste governo socialista: provar que, em plena Europa, é possível governar à esquerda. Não será fácil. Terá de conciliar a satisfação dos seus parceiros parlamentares com a dos seus parceiros europeus. Exercício paradoxal este, que leva-nos a temer a precariedade deste novo futuro governo.
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